Dia 9 de setembro, 9 horas e 30 minutos. Foi neste dia a esta hora que finalmente teve início a demolição dos pavilhões de madeira da Escola Básica de Camarate que tinham caracter temporário há cerca de 40 anos e constituíam a parte mais degradada desta escola. Este momento, considerado histórico por todos devido ao tempo a que esta situação se arrastava, foi presenciado por pais, alunos, pessoal docente e não docente, bem como por todo o executivo da autarquia.
Esta escola frequentada por cerca de 800 alunos de 2º e 3º ciclo, sede do Agrupamento de Escolas D. Nuno Álvares Pereira, ainda se encontra sob responsabilidade do Ministério da Educação e encontra-se a funcionar num estado geral de degradação devido á ausência de intervenção nos últimos 40 anos.
Os referidos pavilhões de madeira, altamente degradados eram a parte mais gritante desta escola com 15 salas na sua totalidade, embora 2 delas estivessem já desativadas.
Estes pavilhões não ofereciam as mínimas condições para a prática escolar, tinham os tetos a desabar e com infiltrações, aberturas nas paredes que expunham os isolamentos prejudiciais à saúde, sem casas de banho operacionais, janelas inoperacionais, onde não se conseguiam aguentar as temperaturas extremas de frio ou calor, onde se corria risco de incêndio e que eram responsáveis por inúmeros casos de doenças alérgicas em alunos, pessoal docente e não docente.
Com a campanha de retirada do amianto das escolas, o Governo propunha-se a substituir apenas os telhados destas estruturas degradadas ao invés de avançar com a concretização do projeto apresentado e aprovado em 2009 de construção e um novo pavilhão para salas de aula.
Ao longo destes anos, esta Associação de Pais, Direção de Agrupamento e Autarquia fizeram inúmeras tentativas de diálogo com o Ministério da Educação no sentido de se encontrar uma solução. A resposta foi sempre nula ou adiada.
A última manifestação organizada a 25 de maio de 2021 pela Associação de Pais do Agrupamento, que levou alguns Pais a encerrarem a escola a cadeado e que mereceu inclusivé algum destaque nos meios de comunicação social, foi a única alternativa encontrada para denunciar publicamente e pôr fim a esta situação, obrigando a um entendimento entre o Ministério da Educação e Câmara Municipal de Loures.
Graças a este acordo que a Câmara Municipal de Loures considerou viável, estes pavilhões finalmente desapareceram para dar lugar à construção de um pavilhão definitivo, que se iniciará brevemente e onde a população escolar poderá desenvolver a sua atividade com dignidade.
Foi uma luta de muitos anos, não apenas nossa, mas de muitos que também lutaram antes nós.
Sabemos que o problema não é do tamanho deste pavilhão, mas sim do tamanho da escola. Aliás, essa necessidade foi oficialmente reconhecida pelo Ministério da Educação que infelizmente espera por fundos comunitários para executar um projeto mais amplo. Vamos acreditar. Cá estaremos para cobrar o que merecemos. O importante é que esta esta etapa está vencida e retira a nossa escola do caminho do desprezo e da desigualdade e a coloca num rumo de evolução.
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